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L. R. Arcano

Tesouros Piratas Enterrados: É Verdade, ou Mito?

Tesouro dos Piratas

Existe um pensamento comum, criado a partir de histórias ao longo dos séculos, de que piratas enterravam seus tesouros em ilhas desertas, deixando anotado em um mapa sua localização para a posteridade e o “X” marca o local… bem, e se eu te dissesse que isso não passa de uma lenda?! Nesse artigo, vamos explorar o mito do tesouro pirata e divagar sobre o porquê de os piratas não aderirem a prática de enterrar suas riquezas.

A Lenda do Tesouro Pirata

Imagine um capitão pirata no século XVII, no ápice da Era Dourada da Pirataria, vivendo constantemente em meio a todos os perigos que os mares podiam oferecer. No Oceano, outros navios piratas tripulados por “cavalheiros” de índole duvidosa, ou até mesmo embarcações da marinha, estavam à espreita.

Ele pensa no seu último saque e em como seu estoque está repleto de dobrões, castiçais de ouro, joias e outros bens valiosos. Com tantos inimigos espalhados por aí, por que arriscar? O Capitão então atraca em uma ilhazinha tropical pouco conhecida. Ele e seus homens escolhem um lugar (e se perto de uma grande árvore ou pedra melhor) e começam a cavar.

Lá eles abandonam um grande tesouro, enterrado para que buscassem depois. A única evidência de sua existência: um mapa feito à mão, com um X marcando o local correto.

Uma Dura Verdade

Se pensarmos bem, até existe uma lógica por trás dessa lenda. É como dizem hoje em dia: “o seguro morreu de velho”. Entretanto esconder riquezas para resgatá-las depois simplesmente não condizia com a vida de um pirata, que quase sempre tinha uma vida curta.

Ilha do Tesouro Capa
Capa do Livro “A Ilha do Tesouro”

Diferente do que se pensa, apenas alguns piratas realmente enterraram baús com tesouro. Toda a idéia de que isso foi uma prática comum tem méritos na ficção, principalmente no livro clássico “A Ilha do Tesouro”, de Robert Louis Stevenson.

A bem verdade era que todo pirata sensato buscava gastar seu saque o mais rápido possível, aproveitando os prazeres que a vida e o ouro podiam oferecer enquanto vivessem. Guardar para a posteridade não era um luxo que podiam ter, até porque a imprevisibilidade da vida do mar o fazia encarar a morte dia após dia.

Apesar de mapas do tesouro serem um elemento cativante, capaz de despertar em corações aventureiros uma sensação inebriante de caça e resolução de mistérios, não existe um único exemplo disso funcionando na realidade.

O Tesouro Pirata do Capitão William Kidd

E agora chegamos ao que pode ter sido o cerne dessa lenda: o tesouro de William Kidd. Na história, o único relato concreto que temos de um pirata enterrando seu tesouro foi o caso de Kidd.

Ele foi inicialmente um corsário, que atuou por um bom tempo a favor dos interesses da Inglaterra. Porém, depois de uma mudança política abrupta e alguns atos que foram considerados pirataria pelo novo regime, William Kidd foi perseguido como um pirata.

Em meados de 1699, quando percebeu que estava sendo caçado como um criminoso, resolveu enterrar uma parte de sua riqueza em Gardiners Island em Nova Iorque. Ele pretendia encarar a justiça e usar esse dinheiro para barganhar com as autoridades, comprando assim sua liberdade.

Tesouro de William Kidd
William Kidd Enterrando seu Tesouro

Podemos dizer que sua tática não deu certo… William Kidd foi condenado por assassinato e cinco ocorrências de pirataria, ficou preso por quase dois anos até que em maio de 1701 foi enforcado em praça pública.

O Tesouro Pirata: Lenda X Realidade

Com isso podemos concluir que nas raras ocasiões em que piratas cogitassem enterrar suas riquezas eram, geralmente, por razões táticas. Seja como poder de barganha ou para esconder de outros “predadores” do mar, essa era uma prática bem incomum para não dizer quase inexistente, levando em consideração a pouca sustentação histórica do fato.

E com isso encerramos mais uma aventura pelos mares tempestuosos do Caribe! Se gosta do tema, sugiro conhecer meu novo livro de FANTASIA HISTÓRICA: “O Chamado das Profundezas: Por Ouro e Glória”. Ela é uma obra ambientada no século XVII, durante a Era de Ouro da Pirataria e está disponível em versão física e digital, vou deixar o link abaixo para você dar uma conferida!

Capa do Livro O Chamado das Profundezas

1 comentário em “Tesouros Piratas Enterrados: É Verdade, ou Mito?”

  1. Pingback: 5 Tipos de Navios Piratas Reais da Época Dourada da Pirataria -

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