Roche Braziliano, também conhecido como Rock Brasileiro, foi um notório pirata e corsário do século 17. Um homem destemido e marinheiro habilidoso, que fez seu nome como um dos mais bem sucedidos piratas holandeses e que ganhou seu apelido por ter vivido boa parte de sua vida aqui no Brasil. Eu sou o L. R. Arcano, e nesse artigo exploraremos a história e façanhas desse misterioso pirata que atuou como corsário em águas brasileiras antes de se mudar para Port Royal e navegar ao lado de lendas como sir. Henry Morgan, Joseph Bradley e outros grandes piratas de renome.
Da Holânda à Costa de Pernambuco. Entenda!
De acordo com diversas fontes, Roche nasceu em Groninga, uma cidade ao Norte da Holanda. A primeira menção sobre essa figura é de um livro chamado “Os Bucaneiros das Américas”, escrito em 1678 por Alexandre Exquemelin. Nessa obra o autor não chega a citar o nome real e sim o apelido de Roche Braziliano. Só mais tarde, alguns historiadores descobriram que sua identidade seria, possivelmente, Gerrit Gerritszoon.
Ainda jovem, Roche e sua família deixaram o país de origem e se mudaram para uma colônia holandesa no Brasil, na região em que hoje conhecemos como o estado de Pernambuco. Durante muitos anos, atuou como corsário pelo governo da Holanda capturando e saqueando navios inimigos que passavam próximos ao estado da Bahía. Tudo isso com permissão real por parte do governo, que lhe concedeu uma carta de corso para justificar quaisquer atos sob a bandeira holandesa.
Porém, quando os portugueses capturaram a sua colônia em meados de 1650, na Insurreição Pernambucana, ele se viu obrigado a deixar o país e resolveu mudar-se para Port Royal, onde adotou a vida de bucaneiro.
Vale lembrar que esse longo período em que viveu no Brasil foi importante na sua formação como navegador e foi isso que lhe rendeu o apelido de Roche Braziliano, ou Rock Brasileiro.
Agora, falaremos sobre sua atuação nos mares de Port Royal, na Jamaica, que foi um dos maiores antros da pirataria no século XVII. VEJA AQUI A HISTÓRIA DA CIDADE DE PORT ROYAL.
A Atuação de Roche Braziliano em Port Royal
Já em águas caribenhas, ele iniciou sua jornada como bucaneiro e, na primeira empreitada sendo um membro comum da tripulação, foi capaz de capturar uma embarcação de imenso valor financeiro, a qual retornou intacta para a Jamaica. Apesar de ser debatível a veracidade do fato, é dito que ele foi capitão pela primeira vez após liderar um motim no navio em que era membro.
Por muitos anos, atuou como pirata nos mares do caribe. Entretanto também gostava de atacar navios próximos à Campeche, em uma rota comercial que saía de Nova Espanha, no México, em direção a Havana ou à Europa. Entre uma e outra empreitada, sempre retornava à Port Royal para vender mercadorias, reabastecer seus estoques e recrutar novos homens no lugar dos que morriam em combate ou desertavam.
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Nesse tempo, seus métodos cruéis se tornaram conhecidos e temidos pelos espanhóis. Existiam lendas de que Roche torturava e matava prisioneiros espanhóis sem nenhuma justificativa e que até, em algumas ocasiões, havia queimado vários deles vivos. É dito que uma vez ele queimou um casal de fazendeiros simplesmente porque não quiseram dar à ele e sua tripulação alguns porcos.
Em terra, o bastardo era conhecido por beber demais e ameaçar atirar em qualquer homem que recusasse beber na sua companhia. Quando bêbado andava por Port Royal e, algumas vezes, tentava atacar pessoas que passavam por seu caminho apenas por achar engraçado. Essa reputação, pesada até mesmo entre os piratas, fez com que ele fosse rotulado como cruel e nem mesmo nas poucas cidades onde a pirataria era aceita ele era bem-vindo, sendo Port Royal um dos únicos locais que aturavam sua presença.
Seu Aprisionamento em Campeche, no México
Eventualmente, Braziliano foi capturado em Campeche, a cidade que mais sofrera em suas mãos. O governador local o condenou com a pena de morte por suas atividades piratas, mas, de alguma maneira, o audaz pirata conseguiu escapar da justiça. Algumas fontes dizem que ele teria usado a esperteza para fazer sua jogada.
Mesmo encarcerado ele teria conseguido um papel e tinta, o qual usou para escrever uma carta ameaçadora, fingindo ser um grupo de bucaneiros, que dizia que sua morte traria consequências graves à cidade. Ele então contrabandeou a carta e fez com que ela fosse entregue ao governador, como se fosse uma mensagem direta dos outros fora-da-lei em um ultimato contra a cidade, sua frota e sua população.
Temendo a destruição de seu lar, o governador de Campeche decidiu enviar Roche para enfrentar a justiça na Espanha, lavando suas mãos de executá-lo por conta própria. De alguma forma, ele conseguiu escapar e retornou à Port Royal onde sem demora continuou sua carreira no crime.
Comprando um navio novo em folha de um companheiro pirata chamado François l’Olonnais, ele voltou a navegar e saquear os espanhóis. Mais tarde se juntou à Henry Morgan, um notório capitão desses tempos e juntos aterrorizaram o Atlântico por muito tempo.
O Que Aconteceu com Roche Braziliano?
Detalhes precisos sobre a morte de Roche Braziliano são escassos e envoltos em mistério. Alguns relatos sugerem que ele pode ter sido morto em combate ou capturado novamente e executado. Outros, que ele e sua tripulação teriam se perdido em uma calmaria, um mar sem ventos. Mas o mais provável é que ele se cansou de tudo isso, se aposentou e viveu o resto de sua vida no anonimato.
No fim, Braziliano foi lembrado como um dos piratas mais cruéis e temidos de sua época. Sua vida inspirou várias histórias e lendas. Inclusive, seu nome foi uma possível inspiração para Rocks D. Xebec no mangá One Piece…
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Eu sou L. R. Arcano, e espero te encontrar novamente na próxima aventura! Te vejo lá!