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L. R. Arcano

As Bebidas dos Piratas: A Importância do Rum nas Navegações

Você já se perguntou o que os piratas bebiam em alto-mar? Enquanto muitos pensam que a vida a bordo era regada apenas à rum, a realidade ia muito além disso. No artigo de hoje, vamos explorar as bebidas dos piratas, os desafios que enfrentavam para conseguir água potável e como eles mantinham a tripulação hidratada – e, claro, satisfeita!

Meu nome é L. R. Arcano, sou autor do livro “O Chamado das Profundezas: Por Ouro e Glória” e, se você gosta de piratas, histórias do mar e mitologia, te convido a se inscrever no meu canal Reino Arcano, onde faço os vídeos do conteúdo deste blog. Agora, vamos explorar!!

O Grande Desafio: Água Potável

Vamos começar com o maior desafio em alto mar, principalmente em viagens longas: o armazenamento de água potável. A escassez de água própria para consumo podia ser o maior inimigo de qualquer marinheiro, não apenas dos piratas.

O motivo era que a água armazenada em barris logo ficava imprópria para consumo, estagnada ou contaminada com bactérias da própria madeira ou do ambiente. Para solucionar esse problema, marinheiros adotaram uma prática interessante: misturar bebidas alcóolicas à água, promovendo assim uma validade maior à água e, no caso de águas estagnadas, um sabor mais palatável.

Nessa mistura, podia ser usado vinho, conhaque, cerveja (apesar de menos comum) e é claro, o rum. Vamos falar um pouco disso!

Rum: Água Limpa e o Papel Prático das Bebidas dos Piratas

Não é segredo algum que o rum era a principal bebida entre os piratas, mas não só pela diversão. Vou te contar o motivo.

Durante a Guerra Anglo-Espanhola (1655-1660), a captura da Jamaica pelos britânicos deu à Marinha Real acesso ao rum caribenho, uma mercadoria abundante e de grande valor. Antes disso, o conhaque era muito presente nas rações de qualquer navio britânico. Por motivos estratégicos, ele foi substituído pelo rum que tomou uma parte importante na Marinha e suas empreitadas em longas viagens.

Foi nesse tempo que os piratas passaram também a levar barris e mais barris de rum consigo nas viagens; curtas ou longas, não importava. Seja para conservar a água por mais tempo ou para se embebedar, essa bebida, feita de cana de açúcar destilada, era a escolha perfeita.

Rum - As Bebidas dos Piratas
Garrafa de Rum

Então, um famoso drink foi criado. A mistura de rum e água passou a ser conhecida como “grog” e podia ser adicionado açúcar, suco de limão, lima e outras frutas cítricas, o que ajudava a combater um dos maiores males do marinheiro: o escorbuto.

Ricas em vitamina C, essas frutas não só mascaravam o sabor ruim da água estagnada como eram muito importantes para evitar que essa doença assolasse a tripulação, se tornando assim uma ferramenta de sobrevivência no mar e aprimorando a condição de vida a bordo do navio. Nisso, os piratas adotaram o grogue, o qual se tornou praticamente uma marca registrada deles.

Mas nem somente de rum vivia um pirata. Outras bebidas alcóolicas também eram levadas, afinal, a variedade é importante!

Cervejas, Vinhos, Conhaques e Gin

Embora o rum seja a bebida mais associada aos piratas, ele estava longe de ser a única opção disponível a bordo. Cervejas, vinhos, conhaques e gin também faziam parte do cotidiano pirata, cada um cumprindo um papel específico na dieta alcoólica da tripulação.

A cerveja era amplamente consumida, especialmente em viagens curtas, mas seu frescor não durava muito tempo em mar aberto, o que a tornava impraticável em viagens mais longas.

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O vinho, por outro lado, era uma alternativa mais estável, frequentemente obtido em saques a navios espanhóis e portugueses, além de encontrados em mercadores em qualquer porto que se preze.

Já o conhaque, ou brandy, era uma bebida francesa comum entre os nobres, mas que também circulava entre piratas quando disponível. No entanto, o aumento das tensões entre França e Inglaterra dificultou seu acesso, especialmente durante a Guerra Anglo-Espanhola, o que reforçou a preferência pelo rum no Caribe.

Garrafa de Conhaque antiga
Garrafa de Conhaque Antiga (IA)

Por último, o gin, bebida de origem holandesa, também podia ser bem popular entre os piratas, especialmente aqueles com raízes neerlandesas, como por exemplo o Roche Braziliano. Já fiz um texto sobre o Roche no blog: clique aqui e leia o artigo!

As Bebidas dos Piratas: Mais Que Diversão

No final das contas, a bebida nos navios piratas era uma combinação de necessidade e prazer. Seja para substituir a água contaminada, aumentar sua validade, ou apenas para celebrar uma vitória, o álcool era parte fundamental da vida de um pirata. No mais, ao fim de um longo e cansativo dia de navegação, porque não se embebedar e se divertir um pouco?

Não perca a chance de mergulhar ainda mais profundamente no universo da pirataria com meu livro “O Chamado das Profundezas”, que se passa no final do século 17 e narra a jornada de um capitão pirata ambicioso pelos mares do Caribe.

Capa do Livro O Chamado das Profundezas

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