Nos séculos XVII e XVIII, um dos maiores desafios para um homem do mar era a necessidade mais básica do ser humano: a alimentação. Em tempos em que nem a geladeira nem conservantes artificiais existiam, a comida dos piratas tinha que ser conservada de forma efetiva. Caso contrário, poderiam se ver em maus lençóis, principalmente em viagens longas.
Nesse artigo, descubra como os piratas se alimentavam durante a Época de Ouro da Pirataria e em como encontravam formas criativas de transportar comida por mais tempo.
O Que os Marinheiros Comiam na Primeira Semana de Viagem
Marinheiros de todo tipo eram, geralmente, bastante preparados para quaisquer intempéries. Antes de zarpar, o capitão e seus ajudantes se incumbiam de repor o estoque de provisões com os alimentos que seriam levados na viagem.
Podemos dizer, com bastante certeza, que as primeiras semanas de uma navegação eram as mais agradáveis em todos os sentidos. Nessa etapa da viagem, no que se refere à alimentação, os piratas priorizavam o consumo de alimentos frescos primeiro, aproveitando ao máximo antes que ficassem impróprios para consumo.
Isso incluía frutas, vegetais, ovos, queijos e carnes frescas; que rapidamente perdiam suas propriedades e começavam a apodrecer, devida a umidade e o armazenamento precário. Fazendo isso, eles podiam aproveitar cada nutriente que somente um alimento fresco podia oferecer. Entretanto, não tardava até que esse estoque limitado se esgotasse.
E era aí que começavam os problemas…
Comida dos Piratas – Como Conservavam o Alimento em Viagens Longas?
Armazenar alimento em um navio não era nem um pouco simples; ainda mais, levando em consideração o calor, umidade e outros catalizadores como fungos e bactérias da própria madeira. Por isso, boa parte das provisões tinham que ser conservadas usando algumas técnicas especiais.
No que se refere à comida dos piratas, carne de porco, boi ou de qualquer origem podia ser salgada, defumada e até mesmo seca para durar mais tempo. Vegetais eram colocados em conservas e carregados em forma de picles (o que não fazia deles mais palatáveis).
E havia também o que bem poderia ser a comida dos piratas de maior importância: o Hardtack, um tipo de bolacha cracker feita de água, sal e farinha, que foi essencial para manter estômagos cheios em tempos árduos. Esse biscoito durava muito tempo e era super fácil de se preparar. Mas, era extremamente duro, por isso era comum que os piratas os molhassem em caldos ou qualquer outra bebida para facilitar a mastigação e evitar dentes quebrados.
Mas, havia outras formas de ter uma fonte de alimento confiável por mais tempo.
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Animais a Bordo do Navio Pirata
Algumas embarcações podiam levar consigo também animais vivos, prontos para o abate. Vacas, galinhas ou até mesmo porcos eram colocados em jaulas e carregados por longas distancias, até que surgisse a necessidade de consumir sua carne.
Todavia, isso podia se tornar um grande problema. Animais também precisavam se alimentar, e o pior de tudo, beber água. Isso era uma questão a se pensar, pois, uma preocupação comum em um navio pirata era com a água potável; a qual se tornava insalubre rapidamente.
Mas, vantagens incluíam ter uma fonte de proteína confiável por mais tempo, além de leite fresco e ovos para consumo durante a viagem. Cada capitão colocava tudo isso na balança, para decidir se levava ou não animais a bordo!
Vale lembrar que, além de animais para abate, muitas tripulações carregavam pets no navio. Papagaios, macacos e até mesmo cachorros podiam ser levados como companhia e esses eram praticamente sagrados, como se fossem parte do grupo.
Dito isso, vou mencionar agora outras fontes alternativas de alimento.
Caça, Pesca e Paradas para Reabastecimento
Como se há de esperar, a pesca era uma maneira eficaz de conseguir proteína em alto mar. Peixes, tartarugas, frutos do mar ou qualquer animal marinho que conseguissem colocar as mãos, iam direto para a panela. Além disso, aves também eram consumidas em certas ocasiões e nem mesmo as gaivotas e os flamingos escapavam de ir direto para o prato de comida dos piratas.
Quando as provisões estivessem baixas, os piratas podiam aportar em ilhas tropicais para tentar reabastecer seu estoque de água, coco, frutas e de carne (caso encontrassem alguma caça).
Os poucos portos que aceitavam piratas eram essenciais para essas longas viagem, sendo pontos estratégicos para encher a dispensa com alimentos frescos novamente.
Fora isso, tinha também o saque. Após um assalto bem-sucedido, eles tomavam para si tudo aquilo de valor; isso também incluía os alimentos e bebidas que podiam ser consumidos pelo grupo ou, caso já estivessem bem abastecidos, vendidos no porto mais próximo.
Como a Comida dos Piratas Podia se Tornar um Grande Desafio
Com isso, podemos concluir que navegar a bordo de um navio pirata não era nada fácil, principalmente em longas viagens. Havia uma preocupação incessante quanto ao que comer e beber, além de eventuais doenças trazidas pela falta de nutrientes essenciais para o corpo humano.
A falta da vitamina C, por exemplo, foi responsável por uma das maiores pragas marítimas já conhecidas: o escorbuto. Essa foi uma doença mortal e difícil de se contornar em grandes navegações. O verdadeiro terror dos piratas.
Mas é isso, espero que tenham gostado do artigo! E deixo aqui a recomendação do meu livro: “O Chamado das Profundezas”. A obra se passa durante a Era Dourada da Pirataria, no fim do século XVII e conta uma história épica e visceral no melhor estilo Game of Thrones.
Um grande abraço e te espero na próxima aventura!