A Páscoa é uma das mais importantes comemorações da tradição cristã, em memória à crucificação e ressurreição de Jesus Cristo. É uma data de muita simbologia para os religiosos e que teve inspirações em uma ainda mais antiga comemoração judaica chamada “Pessach”, que ocorreu na mesma época da morte de Cristo.
Nesse artigo, conheceremos a tradição judaica da Páscoa, sua ressignificação cristã e falaremos sobre uma das maiores mentiras já difundidas a respeito de sua real origem: a de que ela seria uma tradição pagã.
Pessach: A Páscoa e Suas Primeiras Tradições Judaicas
Significando “passagem”, em hebraico, a Pessach é uma tradição importante para o povo judeu. Ela é celebrada de acordo com o calendário hebraico, que é um calendário lunissolar (se baseia nos ciclos da Lua e do Sol), no dia 14 de nissan. Isso acontece pois, há cerca de 3500 anos, quando ela foi comemorada pela primeira vez, era entre os dias 14 e 15 de nissan.
A primeira Pessach ocorreu antes da liberação dos hebreus no Egito, em preparação para a execução da décima e última praga, “O Anjo da Morte”. Essa história é narrada nos cinco primeiros livros da Bíblia do Antigo Testamento, e o nome atribuído à tradição faz menção direta a passagem do anjo da morte pelas terras, eliminando todos aqueles que não seguiram a ordem de Deus.
A Ressignificação da Igreja Católica
É dito que quando Jesus Cristo foi crucificado e ressuscitou, no terceiro dia, estaria acontecendo a Passach para os judeus. Isso contribuiu para a assimilação da tradição aos costumes da Igreja Católica, porém, com modificações e uma ressignificação completa quanto ao que ela representava.
A Páscoa cristã celebra, ao encerramento da Semana Santa, a ressureição de Cristo. Já a própria Semana Santa é uma recordação anual dos últimos dias de Jesus na terra; a Última Ceia com seus apóstolos e amigos, sua crucificação e ressureição.
Sua celebração é realizada em uma data diferente a cada ano, sempre no primeiro Domingo após a lua cheia que ocorre após o equinócio vernal (do Hemisfério Norte), e pode cair entre 22 de março e 25 de abril. Os critérios usados para definir essa data foram estabelecidos pelas autoridades da Igreja Católica durante o Concílio de Niceia, realizado no século IV d.C.
Ostara: Verdades e Mentiras Sobre Influência Pagã
E é agora que veremos as inverdades atribuídas à Páscoa, ligando sua origem ao paganismo. Confesso que, quando pensei em iniciar a escrita desse artigo o título dele seria “A Origem Pagã da Páscoa”, pois é uma coisa que ouvia sempre e, como eu adoro a história dos celtas, mitos e lendas de povos antigos achei que seria interessante pesquisar sobre.
Todavia, à medida que iniciei as pesquisas me dei conta de que não é bem assim. Os argumentos usados para ligar o cerne da Páscoa ao paganismo giram em torno de uma suposta deusa da primavera e fertilidade chamada de Eostre ou, dependendo da região, Ostara. É dito que existia um mês nomeado em sua homenagem, em que os Anglo-Saxões da antiguidade faziam festivais em seu nome e era o mês de Eosturmonath que hoje conhecemos como abril.
E é daí que vem o problema. Em alguns locais de língua inglesa ou germânica, o feriado da Páscoa foi chamado de Easter ou Ostern, ligando-o ao nome do mês em que ocorriam. Isso fez com que alguns historiadores fizessem a incorreta correlação entre o nome dado à celebração diretamente com a deusa Eostre/Ostara. Mas esse elo fraquíssimo vai em terra com dois argumentos que vou falar brevemente.
Primeiro que na maioria dos países o nome da Páscoa vem diretamente do feriado Judeu, sendo Pascha na Grécia, Pasqua na Itália, Paaske na Dinamarca, Paques na França… bem, entre outros! Isso já descredibiliza a ligação direta com o mês em si, e o conecta com o feriado hebreu.
E em segundo lugar, não existem “provas” de que Eostre foi realmente cultuada como uma deusa. Historicamente, ela não é mencionada em quase nenhuma obra na antiguidade exceto em um livro inglês escrito por Bede em 725 D.C. Nesse livro, ele tentava atribuir a ela o nome do mês de Eosturmonath, mas devido a falta de fontes essa atribuição é bastante descreditada atualmente.
Coelho e Ovos da Páscoa e seu Simbolismo
Mas e o coelho e os ovos de Páscoa, de onde vieram? Bom está aí o elo que realmente vem do paganismo. Apesar de não ter absolutamente nada a ver com a origem da comemoração, até porque foi uma tradição atribuída somente mais tarde à Páscoa, o coelho e os ovos eram símbolos usados em alguns lugares durante o mês de abril. Eles significavam uma nova vida, fertilidade e renovação.
Exista quem acredite que ambos os símbolos são diretamente ligados à deusa Eostre. Mas, como dito antes, isso só poderia ocorrer caso ela fosse realmente cultuada pelos antigos, algo que não foi comprovado.
À medida que a igreja se expandia, alguns costumes de povos locais eram assimilados e esses foram alguns deles. Eles foram incluídos na celebração da Páscoa e ressignificados para refletir valores cristãos, como a ressureição por exemplo.
Então, por essas e diversas outras razões já mencionadas, a Páscoa NÃO é uma celebração de origem pagã e sim religiosa, vinda sim dos Judeus, porém totalmente repaginada para celebrar a ressureição de Jesus Cristo, após ser condenado e morto pelos Romanos.
Fontes:
https://brasilescola.uol.com.br/pascoa
https://brasilescola.uol.com.br/pascoa/pascoa-judaica.htm
https://wedaretosay.com/is-easter-pagan-debunking-every-crazy-myth-and-lie/
Parabéns por mostrar a verdade meu amigo! A de que a Páscoa para nós Cristãos é comemorada exclusivamente para a honra e glória do sacrifício e ressurreição de nosso Senhor Jesus Cristo! Desta forma se cumprindo o amor de Deus pelos seus como diz lá em João 3:16: “Porque DEUS amou o mundo de tal maneira que deu seu filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, não morra, mas tenha a VIDA ETERNA! ❤️✝️