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L. R. Arcano

5 Tipos de Navios Piratas: Chalupa, Brigantim, Escuna e Mais!

Durante a Era Dourada da Pirataria, entre os séculos 17 e 18, o Oceano Atlântico foi totalmente dominado por capitães destemidos, tripulações audaciosas e, claro, por navios que se tornaram lendas. Mas o que fazia dessas embarcações as armas perfeitas nas mãos dos piratas? Quais eram as características que as tornavam tão temidas e eficientes? Eu sou o L.R. Arcano, autor do livro “O Chamado das Profundezas: Por Ouro e Glória” e neste artigo, vamos explorar os tipos de navios piratas que moldaram a história da pirataria, desde as rápidas chalupas até os poderosos brigantins.

Dessa forma, teremos uma visão geral sobre o papel de cada uma dessas embarcações no contexto da época! Então agarre seu mapa, sua bússola e vem comigo!  

CHALUPA (SLOOP) – UM NAVIO PIRATA PEQUENO, MAS EFICAZ

A chalupa foi uma das embarcações mais comuns no Caribe devido à sua facilidade de construção e baixo custo. Utilizada para pesca, comércio e, eventualmente, por corsários e piratas, a chalupa era construída em diversos tamanhos, mas nunca muito grande. No século XVII, tornou-se extremamente popular entre os piratas, possivelmente a sua embarcação favorita.

Pequena, versátil e rápida, a chalupa era ideal para cruzar os mares com facilidade e armazenar mercadorias e cargas. Suas características a tornavam perfeita para perseguir e abordar navios maiores, que geralmente eram mais lentos.

Com um único mastro, a chalupa possuía velas latinas, de formato triangular, dispostas longitudinalmente ao longo do navio, facilitando a navegação tanto a favor quanto contra o vento. Essa configuração proporcionava excelente manobrabilidade, especialmente em águas costeiras e com vento favorável.

Chalupa Pirata (Sloop)

Apesar de seu tamanho reduzido, a chalupa podia carregar entre 4 e 12 canhões e acomodar até 70 tripulantes. As melhores chalupas foram construídas na Jamaica, um dos centros da pirataria no Caribe, mas, no século XVIII, Bermuda se tornou a principal produtora desse tipo de embarcação.

CUTTER – EMBARCAÇÃO VERSÁTIL E LEVE PARA PEQUENAS TRIPULAÇÕES

O cutter é uma embarcação ágil e versátil, frequentemente utilizada tanto por comerciantes quanto por piratas durante o final do século XVIII. Bastante semelhante à chalupa em tamanho e propósito, o cutter se destaca por algumas diferenças notáveis.

Como a chalupa, o cutter é pequeno e manobrável, ideal para navegação rápida e ataques surpresa. No entanto, enquanto a chalupa tem velas latinas e um único mastro, o cutter frequentemente utilizava velas caranguejas e um ou dois mastros adicionais, o que melhora sua agilidade e velocidade em diversas condições do vento.

Ele podia acomodar uma tripulação semelhante à da chalupa, geralmente entre 30 e 60 homens, e carregava um número comparável de canhões, entre 4 e 12. Sua construção leve e design eficiente fazem dele uma escolha popular para atividades que exigem alta velocidade e capacidade de manobra, como perseguições e abordagens rápidas.

Cutter - Navios Piratas Mais Usados

Principalmente construído na Grã-Bretanha e em suas colônias, como a América do Norte e o Caribe, o cutter era valorizado por sua eficácia e adaptabilidade. Em Bermuda, a construção de cutters se destacou no século XVIII, refletindo a habilidade local na construção naval e a demanda por embarcações rápidas e versáteis.

BRIGANTIM (BRIGANTINE) – NAVIO PIRATA DE DOIS MASTROS E ALTO PODER DE FOGO

O brigantim era um dos navios mais cobiçados pelos piratas da época, ficando atrás apenas das chalupas em popularidade. Maior e mais robusto, ele possuía cerca de 150 toneladas e 25 metros de comprimento. Equipado com dois mastros — o principal e o de proa —, combinava velas quadradas e velas caranguejas, garantindo rapidez e agilidade em diversas condições de vento.

Este navio era incrivelmente versátil: além de ser robusto o suficiente para enfrentar o mar aberto, o brigantim podia navegar em águas rasas e costeiras com facilidade. Com sua capacidade média de carga e espaço para uma tripulação de 50 a 100 homens, ele se destacava tanto no comércio quanto em operações militares.

O Brigantim

Por sua combinação de poder de fogo e manobrabilidade, o brigantim era ideal para ataques rápidos e fugas estratégicas, sendo amplamente utilizado por marinhas europeias, comerciantes e, claro, piratas. Entretanto, adquirir um brigantim não era uma tarefa simples para um pirata. Estes navios eram caros e feitos sob encomenda, tornando-os um prêmio altamente desejado entre os fora-da-lei.

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BRIGUE (BRIG) – IRMÃO MAIS NOVO E MENOS POPULAR DO BRIGANTIM

O brigue era uma embarcação muito semelhante ao brigantim em termos de peso, tamanho e popularidade, sendo amplamente utilizado na segunda metade da Era Dourada da Pirataria, e até mesmo no início do século 19.

Ele foi criado para ser uma adaptação do seu irmão mais velho. Como um navio de porte médio, diferenciava-se do brigantim quase que exclusivamente devida sua configuração de velas: predominantemente quadradas em ambos os mastros podendo ter, ou não, uma vela extra carangueja no mastro de popa.

Brig - Tipos de Navios Piratas

Além disso, os dois compartilhavam uma capacidade de carga considerável e acomodações similares. Sua versatilidade e robustez fizeram dele uma escolha valiosa para qualquer navegador daqueles tempos que buscavam poder de fogo e espaço sem ter que abrir mão da velocidade.

ESCUNA (SCHOONER) – UM NAVIO PIRATA IDEAL PARA FUGAS EM ALTO MAR

As escunas eram embarcações velozes, com dois mastros e velas caranguejas que se estendiam de proa à popa. Menores que os brigantins, mas maiores que as chalupas, essas embarcações se tornaram extremamente populares entre piratas e comerciantes na segunda metade do século 18.

Combinando várias características ideais para a pirataria — agilidade, velocidade, capacidade de navegação em águas rasas e excelente manobrabilidade — a escuna era uma escolha versátil. Pesando entre 50 e 150 toneladas e com um comprimento de 20 a 30 metros, era considerada um navio de porte leve a médio. Sua construção mais leve e aerodinâmica permitia que ela atingisse até 11 nós náuticos em boas condições de vento, cerca de 20 km/h, tornando-a perfeita tanto para perseguições quanto para fugas rápidas.

Escuna Pirata - Schooner

A escuna podia acomodar de 30 a 75 tripulantes, dependendo do seu tamanho, e sua capacidade de carga era suficiente para transportar uma boa quantidade suprimentos, saques e mercadorias.

Além disso, seu custo mais acessível e menor complexidade de construção a tornavam uma opção viável para piratas, sendo uma evolução natural e mais eficaz das chalupas.

ENCERRAMENTO – CONHEÇA O MEU LIVRO!

E assim chegamos ao fim da primeira parte do artigo explorando os tipos de navios usados pelos piratas. Na parte dois, trarei detalhes sobre mais cinco embarcações icônicas: corvetas, fragatas, barcas, fluyts holandeses e o maior e mais temido de todos, o Galeão!

Não perca a chance de mergulhar ainda mais profundamente no universo da pirataria com meu livro “O Chamado das Profundezas”, que se passa no final do século 17 e narra a jornada de um capitão pirata ambicioso pelos mares do Caribe.

Capa do Livro O Chamado das Profundezas

1 comentário em “5 Tipos de Navios Piratas: Chalupa, Brigantim, Escuna e Mais!”

  1. Pingback: TIPOS DE NAVIO PIRATA (PARTE 2): FRAGATA, CORVETA, GALEÃO E OUTROS -

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